UMA PEQUENA LUZ JÁ SERIA O BASTANTE PARA ME LIVRAR

Meus olhos ardem e isso mostra que não aguento mais ver essa bizarrice na minha frente. As facetas das mazelas que vejo no dia a dia me ferem por dentro.

Meu interno sangra, meu coração está apertado, mas a mente parece gostar do que vê, e me pergunto por qual razão?!

A sensibilidade se esvai aos poucos, me torno solido como uma parede, impenetrável, impermeável e me pergunto como fugir dessa dureza que se constrói dentro de mim?

Minhas fugas da realidade tem se tornado mais comum, apenas para fugir da exibição escrota da realidade exposta diante de mim.

Os vidros no chão me lembrar que não sou diferente, ao mesmo instante que me julgo forte, não passo de algo frágil, como cacos, pedaços ao chão, sem chance de remendo e reconstrução.

A lua cheia me lembra como estou tão cheio de mim e vázio do que realmente me importa. Já faz um tempo que a cidade anda fria, estagnada nessa apatia, então bem rápido me lembrei que eu faço a cidade, e sabendo como sou, faz sentido ela ser tão apática e fria.

Em meio a todo esse caos e escuridão que me rodeia, imploro silenciosamente por uma luz guia.