Minha antítese do sereno, perdido no subsolo da vida.
Já é início de madrugada e a chuva lá fora continua intensa, intensidade essa que sempre almejei ter na vida pra resolver minhas pendências, problemas, horrores e demônios. a água no fogo pro café está no ponto faz um tempo, mas preso na janela contemplando o imenso céu, suas nuvens e chuva, apontando minha pequenez.
Faço uma pausa, preparo o café e volto. Em pouco tempo outra vez estou pensando no passado. parece aquela roupa velha toda remendada que esquenta e por isso não jogo fora. São como erros insistentes, que mesmo não me fazendo bem, insisto em repeti-los.
Os trovões chegaram para compor a forte chuva. seria divinal se as águas me levassem como leva os escrúpulos da rua para bueiros, quem sabe assim, lá, no subsolo eu me encontre? – confesso um apreço Dostoievskiano – Me perdi em algum lugar, num momento, numa fração e quem sabe lá eu encontro o que perdido foi.